Toda carreira de sucesso tem um início, e esta é a história da primeira entre as muitas vitórias de Clovis de Moraes na Fórmula Ford. O gaúcho fora diversas vezes campeão brasileiro e gaúcho de kart, mas ainda faltava no seu currículo vitórias automobilísticas. A combinação da inauguração de Tarumã e o início da Fórmula Ford brasileira propiciaram a evolução de Clóvis no automobilismo.
O automobilismo gaúcho sempre fora muito pujante, com corridas de estrada e de rua, mas em meados da década de 60 estas modalidades de provas se tornavam inconvenientes e perigosas. Assim, a atividade automobilística minguou no Rio Grande do Sul, em 1966 e 67, só voltando à carga em 1968, com a promessa do autódromo na capital gaúcha.
Este foi finalmente inaugurado em 1970, gerando muita empolgação pelo esporte no estado, e quando foi anunciada a Fórmula Ford, os gaúchos compraram a maioria dos monopostos Bino, com forta apoio do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul. Entretanto, no primeiro campeonato os paulistas levaram todos os canecos, mas dois gaúchos se sobressaíram, um Cláudio Muller, e o outro, Clovis de Moraes, já com 32 anos.
A primeira rodada do campeonato de 1972 seria realizada em território gaúcho. Os concorrentes discutiam muito a possível mudança de regulamento, com liberação de preparo dos motores, que só seria adotado em 1974. Na época, o preparo era restrito, e os carros relativamente lentos. A boa novidade era o patrocínio da Texaco, que ajudaria a pagar os prêmios de Cr$3.000 para os vencedores das corridas, Cr$2.000 para os 2os. colocados, e Cr$1.000 para o resto dos concorrentes. Como termo de comparação, uma revista QR custava Cr$5.00 na época, e um Fusca zero km, Cr$14,000. O campeão de 1971, Francisco Lameirão, trocara de equipe, e passaria a defender a Equipe Bino-Motoradio. Chegou no Rio Grande do Sul com um carro diferenciado, com radiadores laterais e bico afilado. A equipe Hollywood, por outro lado, apostava no jovem Alex Dias Ribeiro, que há já alguns anos prometia muito no automobilismo. O vice-campeão Pedro Victor de Lamare estava de volta, e Clovis de Moraes defenderia a equipe Shelton. Um grande número de gaúchos estava inscrito: Cláudio Mueller, Jose Luis de Marchi, César Pegoraro, Enio Sandler, Alfredo Oliveira, João Goulart Macedo, Gastão Werlang, Luiz Rasia, o veterano Breno Fornari, Amedeo Ferri, Sergio Blauth, Pedro Carneiro Pereira, Francisco Feoli e Afonso Iglesias
Nos treinos, Lameirão confirmara porque tinha sido campeão no ano anterior, marcando o tempo de 1m17,36s, seguido de Clovis de Moraes, com 1m18,03s, De Marchi, 1m18,75s e Cláudio Mueller, com 1m19s30. Pedro Victor só marcara o 7° tempo, e Alex Dias Ribeiro também desapontava, com o 8° tempo. A corrida seria dividida em duas baterias, com a soma dos tempos decidindo o vencedor.

Shelton x Hollywood, a guerra dos cigarros. Até nas contracapas das revistas.
Na corrida, Lameirão conseguiu vencer a primeira bateria, após liderar desde o início. De Lamare chocou-se com Pegoraro e desistiu logo de inicio, e a grande surpresa foi Alex Dias Ribeiro, que fez excelente largada e seguiu Lameirão. Só que o carro de Alex quebrou, e Clovis de Moraes assumiu o segundo lugar, seguido de nove outros gaúchos. De fato, Sergio Mattos, na 12a. posição foi o segundo paulista na classificação. Que diferença faz um ano!
Chiquinho só terminara a primeira bateria um pouco mais de um segundo na frente de Clóvis, portanto, teria que suar um pouco para levar a prova na geral. Os dois pilotos batalharam ferozmente durante as primeiras quinze voltas, trocando posições, mas infelizmente para o campeão, seu carro teve problemas no acelerador. Chico acabou cedendo a segunda posição para Alex, que foi seguido de Enio Sandler, Lameirão, Pedro Carneiro Pereira e De Marchi.
Na geral, Clovis terminou em primeiro, com quase vinte segundos de folga sobre Lameirão, seguido de De Marchi, Sandler, Pedro Carneiro Pereira e Alfredo Oliveira. Essa seria uma das muitas vitórias de Clóvis na categoria, dando o pontapé inicial para o seu primeiro título na Fórmula Ford, naquele ano de 1972.
Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador baseado em Miami
O automobilismo gaúcho sempre fora muito pujante, com corridas de estrada e de rua, mas em meados da década de 60 estas modalidades de provas se tornavam inconvenientes e perigosas. Assim, a atividade automobilística minguou no Rio Grande do Sul, em 1966 e 67, só voltando à carga em 1968, com a promessa do autódromo na capital gaúcha.
Este foi finalmente inaugurado em 1970, gerando muita empolgação pelo esporte no estado, e quando foi anunciada a Fórmula Ford, os gaúchos compraram a maioria dos monopostos Bino, com forta apoio do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul. Entretanto, no primeiro campeonato os paulistas levaram todos os canecos, mas dois gaúchos se sobressaíram, um Cláudio Muller, e o outro, Clovis de Moraes, já com 32 anos.
A primeira rodada do campeonato de 1972 seria realizada em território gaúcho. Os concorrentes discutiam muito a possível mudança de regulamento, com liberação de preparo dos motores, que só seria adotado em 1974. Na época, o preparo era restrito, e os carros relativamente lentos. A boa novidade era o patrocínio da Texaco, que ajudaria a pagar os prêmios de Cr$3.000 para os vencedores das corridas, Cr$2.000 para os 2os. colocados, e Cr$1.000 para o resto dos concorrentes. Como termo de comparação, uma revista QR custava Cr$5.00 na época, e um Fusca zero km, Cr$14,000. O campeão de 1971, Francisco Lameirão, trocara de equipe, e passaria a defender a Equipe Bino-Motoradio. Chegou no Rio Grande do Sul com um carro diferenciado, com radiadores laterais e bico afilado. A equipe Hollywood, por outro lado, apostava no jovem Alex Dias Ribeiro, que há já alguns anos prometia muito no automobilismo. O vice-campeão Pedro Victor de Lamare estava de volta, e Clovis de Moraes defenderia a equipe Shelton. Um grande número de gaúchos estava inscrito: Cláudio Mueller, Jose Luis de Marchi, César Pegoraro, Enio Sandler, Alfredo Oliveira, João Goulart Macedo, Gastão Werlang, Luiz Rasia, o veterano Breno Fornari, Amedeo Ferri, Sergio Blauth, Pedro Carneiro Pereira, Francisco Feoli e Afonso Iglesias
Nos treinos, Lameirão confirmara porque tinha sido campeão no ano anterior, marcando o tempo de 1m17,36s, seguido de Clovis de Moraes, com 1m18,03s, De Marchi, 1m18,75s e Cláudio Mueller, com 1m19s30. Pedro Victor só marcara o 7° tempo, e Alex Dias Ribeiro também desapontava, com o 8° tempo. A corrida seria dividida em duas baterias, com a soma dos tempos decidindo o vencedor.
Shelton x Hollywood, a guerra dos cigarros. Até nas contracapas das revistas.
Na corrida, Lameirão conseguiu vencer a primeira bateria, após liderar desde o início. De Lamare chocou-se com Pegoraro e desistiu logo de inicio, e a grande surpresa foi Alex Dias Ribeiro, que fez excelente largada e seguiu Lameirão. Só que o carro de Alex quebrou, e Clovis de Moraes assumiu o segundo lugar, seguido de nove outros gaúchos. De fato, Sergio Mattos, na 12a. posição foi o segundo paulista na classificação. Que diferença faz um ano!
Chiquinho só terminara a primeira bateria um pouco mais de um segundo na frente de Clóvis, portanto, teria que suar um pouco para levar a prova na geral. Os dois pilotos batalharam ferozmente durante as primeiras quinze voltas, trocando posições, mas infelizmente para o campeão, seu carro teve problemas no acelerador. Chico acabou cedendo a segunda posição para Alex, que foi seguido de Enio Sandler, Lameirão, Pedro Carneiro Pereira e De Marchi.
Na geral, Clovis terminou em primeiro, com quase vinte segundos de folga sobre Lameirão, seguido de De Marchi, Sandler, Pedro Carneiro Pereira e Alfredo Oliveira. Essa seria uma das muitas vitórias de Clóvis na categoria, dando o pontapé inicial para o seu primeiro título na Fórmula Ford, naquele ano de 1972.
Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador baseado em Miami
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